À BEIRA DO CAMINHO
À beira do caminho
Das coisas que encontrei
à beira do caminho
Encantaram-me as flores.
Algumas simples,
Outras nem tanto,
Mas sempre belas.
Ainda que eu não olhasse para elas,
Continuariam esbanjando beleza.
Sorte a minha
Que o meu olhar as encontrou.
“É preciso saber olhar.” Dizia a poetisa.
Há quem tenha trilhado uma longa jornada
E só conseguira enxergar
As pedras, os buracos e os espinhos
E por isso deixou de ver
A borboleta amando a flor
E as plantas dançando ao embalo do vento.
Ah, eu enxerguei as flores,
Elas sorriram para mim
E eu fiquei em estado de encantamento.
Quanto às pedras?
Eu até as vi,
Como vi os espinhos e os buracos no caminho.
Contornei-os quando me foi possível.
Alguns levaram mais tempo, outro não.
O essencial é não deixar de caminhar
E ao caminhar, saber enxergar a beleza das flores.
Os obstáculos na caminhada são inevitáveis. Saber olhar para além deles é um aprendizado que comporta riscos e encantamento.
Gilmara Belmont